domingo, 29 de novembro de 2015

Encerramento da interdisciplina de Infâncias de 0 a 10 anos

Neste semestre estudamos as definições de infância e o quanto a mídia influencia e vem influenciando as crianças. Iniciamos com uma aula presencial e a pós fizemos nossa postagem no fórum do nosso entendimento do conceito de infância. Entendo que infância é  uma fase inicial da vida pela qual todos seres humanos passam. porém existem várias infâncias, então não é porque uma criança não brincou, não estudou, que ela não teve infância, ela teve sim, porém na sua infância teve que trabalhar e não pode fazer as atividades que seriam adequadas para sua idade. Então as infâncias são diversas, variando por regiões, classe social, religião, raça a qual as crianças pertencem.
Após este trabalho começamos a ver as infâncias nas mídias com auxílio dos texto de Mariangela Momo e Contardo Calligaris examinei um desenho animado feito para crianças que atualmente é bem explorado pela infância chamado de Peppa Pig e pude perceber que as infâncias estão cada vez mais sendo retratadas nas mídias e também se utilizando dela das mais diversas maneiras. Tanto professores como os mais vem se utilizando de diversos desenhos que surgem em dvds ou programas de televisão para entreter e educar suas crianças. Um destes desenhos é a Peppa Pig que apresenta história de uma porquinha com sua família e seus amigos nas mais diversas situações. Analisei alguns episódios destes desenhos e percebi o quanto ele ensina coisas erradas tais como: cuspir, chamar as pessoas de bobos, arrotar, soltar gases, querer fazer as coisas sempre a seu tempo e não aceitar o "não" como resposta. E como sou professora de uma turma de Maternal 1 com crianças de 2 a 3 anos percebo muito destes exemplos replicados pelas crianças e sempre relembrando a Peppa.  Acredito que seja que o problema não esteja em assistir ou não o desenho, mais o que fazemos a partir dele, o desenho não pode simplesmente ser visto sem ser debatido com as crianças (como geralmente é feito), as questões certas e erradas que são apresentadas no desenho devem ser conversadas com crianças fazendo com que elas reflitam sobre elas.
Porém atualmente vemos cada vez mais as crianças serem deixadas na frente da televisão sendo educadas por estes desenhos o que vem gerando grandes conflitos nas relações sociais dos nossos pequenos. Precisamos prestar mais atenção nos desenhos das nossas infâncias.
Após este relato das infâncias nas mídias aprofundamos este tema com texto de Jane Felipe e Bianca Guizzo onde tratamos da erotização dos corpos infantis na mídia. E partimos para analisar um material de mídia que retratasse esta situação, eu escolhi a propaganda da Marca Lilica Ripilica do ano de 2008 que tem como slogam a frase: "Use e se lambuze.". Onde na imagem aparece uma menina pequena (com idade aproximada de 4 a 6 anos em uma pose sensual (sendo algo induzido para tal) em cima de um divã comendo um doce e com a boca toda lambuzada. Como mostro abaixo:

Propaganda da marca Lilica Ripilica produzida em 2008

Como vemos a esta propaganda mostra uma criança de forma sensual, pois sendo mostrada em uma pose provocante ao lado de uma fase também provocante. E ainda tem o detalhe do rosto lambuzado fazendo alusões a imagens de cenas sexuais adultas. Porém o que observamos perante a propagandas como estas é que poucas pessoas se atentam para gravidade de tal imagem, professores e especialistas no tema geralmente são os que mais tem um olhar critico sobre estes editoriais. Porém os pais que deveriam e necessitavam de tal atenção muitas vezes não se dão conta da gravidade que estas imagens transmitem aos seus filhos.
As crianças expostas a estas cenas são incentivadas cada vez mais cedo a uma erotização e sensualização do corpo infantil, querendo vestir e comportar-se como adultos nestas esferas. E elas porém terem um senso critico aguçado acabam sendo alvos fáceis deste tipo material sendo induzidas tanto a erotização quanto ao consumo desde a mais tenra idade.
Cabe a nós professores o papel de alertar tanto as crianças quanto aos pais desta mídia que cada vez mais invade o mercado infantil de forma abusiva.
Dando continuidade as definições das infâncias na mídia conhecemos através do texto de Camila Bettim Borges e Susana Rangel Vieira da Cunha a "infância soft" que trata de como trata de como os bebês são apresentados na mídia, as crianças escolhidas para fazerem parte das propagandas de grandes marcas são crianças brancas, com peso ideal, que moram em casas luxuosas e que te acesso aos mais variados tipos de materiais feitos exclusivamente para esta idade. Porém esta infância é representada como única e universal, deixando escondida a realidade sofrida e de carência de grande parte da sociedade. A partir dela geram-se padrões de ideias o agrava cada vez mais a segregação social e de raça.
Exemplo:
E encerrando as visões de infância nas mídias analisamos as questões étnico-raciais nos livros feitos para trabalhar esta temática. E a partir do texto de Edgar Kirchof e Rosa Hessel Silveira aprendemos três tendências na literatura infantil que tratam das questões étnicos-raciais. Seguem abaixo:
1º) Como lidar com o preconceito – primeira tendência
Nesta tendência os livros tratam dos negros sendo vitimas de preconceitos ou não satisfeitos com sua pele, seu cabelo, seu corpo. E partir desta insatisfação buscam a mudanças através da história de seus ancestrais, através da ciência e na explicação que seriamos todos naturalmente diferentes.
2º) Outras tramas com personagens negros – segunda tendência
Na segunda tendência seriam tramas com personagens negros, mas que o "problema" não estaria necessariamente na cor/raça mais sim em outros pontos, por exemplo, uma criança que fala de mais. Mas assim como nos primeiros livros seguem uma resolução pedagógica já focando em um conflito especifico não dando abertura para expandir a discussão do livro.
3º) Uma diferença a mais? – terceira tendência
Aqui é possível acharmos livros que tratam da valorização das diferenças, salientado que todos e todas as coisas são diferentes e que isto é algo positivo que nos agrega e que tais diferenças devem ser valorizadas e não excluídas.
E após fiz uma análise de um outro modelo de livro tentando definir uma nova tendência e conclui que uma outra vertente seriam os contos com princesas negras podendo citar "A princesa e o sapo" onde a princesa é negra e vive uma aventura na qual ela perde uma bola dentro de um lago e o sapo a recupera na condição dela lhe dar um beijo, porém a princesa evita este beijo, até que sai  descobre e a faz pagar a promessa e o sapo transforma-se em belo príncipe e eles vivem felizes para sempre. Partindo da ideia dos autores este texto seria uma obra literária e pedagógica, pois traria personagens negros inseridos na trama, mas não sendo eles vitimas de um "problema" de cor ou de outra natureza. A personagem, que é uma princesa, (as meninas adoram) passa por uma grande aventura sem focar diretamente na questão étinico-racial. Talvez poderíamos trazer ele para a terceira tendência dizendo que existem pessoas, princesas, principies das mais diversas cores e que temos que valorizar as diferenças.
Assim encerrando o semestre ficam grandes aprendizagens nesta interdisciplina dentre elas a definição das infâncias e estas infâncias na mídia através de conceitos que nos ajudam a compreender esta mudanças que vem ocorrendo ao longo dos anos e nos dando suporte para lidar com nossos alunos e repensar nossa prática.
Agradeço aos professores e tutores desta interdisciplina por este semestre de aprendizagens significativas que tivemos juntos.




2 comentários:

  1. Martina,

    Hoje iniciamos o eixo III. Mais uma etapa que inicia.


    "Não importa onde você parou...
    Em que momento da vida você cansou...
    O que importa é que sempre é possível recomeçar.
    Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
    É renovar as esperanças na vida e,
    o mais importante...
    Acreditar em você de novo."

    Nós acreditamos em ti e sabemos que juntos podemos fazer um caminho melhor.
    Conta conosco (Equipe de formadores) em mais esta etapa!

    []'s
    Tutora JacqueAguiar - SI

    ResponderExcluir
  2. Martina,
    Tua postagem está elucidativa e qualificada. Apreciei teus comentários e a forma como conduziste o texto, posicionando-se e com questionamentos.
    Att, Isabel.

    ResponderExcluir