Porto Alegre, 2017, quando
nós professores achávamos que a educação (principalmente a pública) estava
ruim, nos deparamos com um depósito na conta do nosso salário no valor de R$
350,00. Sim! Este foi o valor recebido no dia do pagamento dos servidores
públicos estaduais! Já tínhamos sido avisados pelos noticiários, mas quando
vimos este valor em nossas contas não acreditamos. O que fazer com este
dinheiro ? Comprar comida ? Pagar água ?
Pagar luz ? Pagar contas ? Pagar a passagem do ônibus
(que está inclusa neste valor) ? Ou não usar ?
Chorar ?
Trocar de emprego ? Quantas perguntas diante desta vergonha! O
triste é saber de algumas respostas certas: sim, choramos! Sim, muitos trocaram
de emprego! Ou seja, os justos tem que se mover diante de tamanho desrespeito.
E escutar no rádio o governo estadual falar que não é justo fazer greve, pois
ela serve para alcançar coisas que ainda não temos. Mas, atualmente,
infelizmente, lutamos por nossos salários. Vergonha! Dor! Indignação! Tristeza!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Marcas do racismo
Este semestre estamos
tratando preconceito, dentre eles o racismo tem grandes marcas em minha
vida,vou citar dois relatos de situações vividas na infância, mas que me marcam
até hoje: Um dia, com 8 anos acompanhada de minha mãe, indo em um prédio
localizado na Duque de Caxias no centro de Porto Alegre entramos no elevador e
em seguida entrou uma moça que nos disse:"O elevador de serviço é o do
lado!"; Outra vez na escola, por volta de 10 anos, um aluno maior me
chamou de "nega macaca!". Estes dois relatos são vivos em mim e doem
da mesma forma ou ainda mais agora quando os relatos, porque na época eu era
criança, entendia mas não tinha entendimento da dimensão destas ofensas, hoje
ciente de tudo que envolve o racismo estas situações vividas quando lembradas
parecem que multiplicam sua dor. Sei que estas situações não me causaram
mudanças em minha personalidade, mas servem para eu fortalecer o combate ao
preconceito. Nós educadores temos como uma de nossas grandes tarefas combater
atitudes como estas.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
A inclusão na prática
Tratando novamente de
inclusão, venho falar da realidade de nossas escolas, pois sabemos que existe
uma lei que obriga que todos alunos sejam matriculados em escolas regulares, se
for de sua vontade e da família. Porém sabemos que tem sido muito difícil esta
inclusão na prática, pois faltam formações para os professores, muitas crianças
precisam de apoio e não temos estes apoios, faltam materiais adaptados e muitas
famílias também são ausentes por inúmeros motivos. Diante desta realidade
percebo que muitas vezes as crianças com deficiência acabam simplesmente sendo
matriculadas nas escolas, mas a aprendizagem e o relacionamento social muitas
vezes acabam ficando de lado, por falta de todas estas estruturas. Infelizmente
mais uma vez no Brasil, percebo uma lei desestruturada, fora da realidade e que
generaliza situações muito individuais. Inclusão é um grande desafio!
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Surdez e a lei de inclusão
Sabemos que a comunidade
surda vem lutando a anos (e continua) para ter sua identidade reconhecida,
sabendo que eles tem cultura e língua próprias. As pessoa surdas sempre
sofreram muitos preconceitos, sendo excluídos da sociedade, sendo obrigados a
tentar oralizar e fazer tratamentos médicos que não auxíliam em nada sua vida.
Depois de anos de luta grande conquistas chegaram como o reconhecimento da
Língua de Sinais e sua identidade própria. Diante do reconhecimento de sua
língua se definiu que as crianças devem ser alfabetizadas primeiro na língua de
sinas (língua materna) e depois na língua do país e que tenha desde sempre
convívio com seus pares. Porém aqui no Brasil com a lei de "inclusão"
estas questões se perderam um pouco, pois quando vemos famílias exigindo que as
crianças sejam inclusas em escolar comuns, muitas vezes sem preparo para lidar
com esta comunidade, tem se uma perda enorme de identidade, pois muitas vezes
não se comunicam em Libras e não tem contato com seus pares. Por isso que
avalio que a lei de inclusão deveria ser algo que respeitasse as
individualidades de cada indivíduo.
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