segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Desafios da inclusão

Iniciei na turma do 3º ano de onde ele faz parte em outubro, pois tive que trocar de turma a pedido da direção. Logo no início entrei em contato com a professora da sala de recursos para ter informações sobre ele: um menino com 11 anos, que está em processo de alfabetização, tem momentos agressivos com a mãe e na escola, já precisou ser internado diversas vezes, falta muito a aula devido sua crises e faz tratamento com um grupo médico especializado. Solicitei que marcássemos uma reunião com a mãe, pois como tinha pouco tempo de aula com ele, precisava de mais detalhes sobre sua história e suas características,  esta reunião foi difícil de acontecer, o aluno foi a aula 3 vezes, sendo que na 3º vez teve uma crise agressiva quebrando lápis e atirando no colega e mesmo assim não conseguíamos fazer a reunião, depois deste fato reforcei com a direção que era essencial que tivéssemos este encontro. Então na 5º semana de aula conseguimos realizar a conversa, foi muito proveitosa, expliquei para mãe que nosso trabalho precisava ser em conjunto par apoiarmos uns aos outro. A mãe me relatou sua história e seu tratamento e suas características atuais. A partir deste dia todos, inclusive eu, nos sentimos mais seguros  no nosso dia a dia. Iniciei meu trabalho fazendo uma sondagem com ele envolvendo matemática e português neste processo descobri que ele adorava os planetas. Como já estávamos no meio de novembro tínhamos poucos dias de aula e meu foco foi que ele tivesse bons momentos nos dias que viesse a escola e que conseguisse ao mesmo tempo avançar em seus conhecimentos. Fiz um projeto sobre o Sistema Solar, envolvendo vídeos, desenhos, escrita e leitura, onde cada planeta que trabalhamos, estudamos e escrevemos sobre suas características e sobre palavras que tem o mesmo encontro consonantal do nome do planeta. O trabalho foi um sucesso, no 1º dia ele conseguiu executar tudo o que foi proposto e colocamos seu trabalho no mural e ele até tirou uma foto. Porém ele conseguiu ir só em mais uma aula, e já chegou ansioso olhando para o quadro e falando de seu trabalho, mostrando que teve satisfação em fazer aquele trabalho e que queria continuar. Depois deste resultado eu me emocionei com o resultado alcançado, acredito que consegui em pouco pouquíssimo tempo e dentro do possível atender seus anseios, sua mãe também sentiu-se muito feliz com nossas aulas e agradeceu muito por ter convidado ele para ir a um passeio, sendo que deveria ser algo normal nas escolas incluir os alunos em todos os momentos. Estou muito feliz com os resultados que consegui em pouco tempo, que ele consiga seguir com satisfação sua caminhada.

Um comentário:

  1. Martina, o aluno tem laudo?, qual a doença?, acredito que se com laços afetivos e mostrando que são importantes, muitas vezes conseguimos realizar ótimas atividades. Parabéns!!
    Abraços

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