Assim como no texto da
"Máquina escolar" o texto "(Des)encantos
da modernidade pedagógica" nos mostra a realidade brasileira nos fim da década de 20 e nos anos subsequentes
onde a escola também era dominada pela política e pela igreja (esta dominava
70% das instituições) e o que se pretendia neste domínio era criar nos alunos
padrões nacionalistas e cristãos. As duas realidades vivenciadas nos
dois textos também nos mostram uma alta segregação social e racial fazendo com
que a elite expandi-se cada vez mais enquanto as classes menos
desfavorecidas sofriam as margens da
sociedade.
Podemos observar quase que
uma visão da nossa realidade atual quando o texto "(Des)encantos da modernidade pedagógica" no fala
das necessidades vividas naquela época como falta de materiais, de estrutura
física, entre outros problemas, onde o professor na maneira que podia tentava
ajudar nesta dura realidade.
Uma
grande mudança começou (ou tentou) surgir com a alta dos aluguéis, como as
escolas eram situadas em prédios locadas constantemente tinham que fechar ou
mudar de local. Daí surge a construção de prédios escolares e com ela a
tentativa de uma modernidade pedagógica. Pois através destes prédios se
pretendia um cuidado maior com o corpo e a higiene devido as doenças da época,
mas também um cuidado com o social e o intelectual dos alunos.
Estes
prédios foram construídos fazendo com que alunos das classes baixas passassem a
ter acesso a eventos tirados deles fora da escola, como acesso ao esporte, a
biblioteca. O acesso a escola assim como no texto da "Maquinaria
escolar" beneficiou uma classe que não tinha acesso a praticamente nada.
Porém estes "benefícios" são mascarados pois estes direitos eram para
ser de todos o que não acontecia devido as segregações existentes na época.
As
escolas da modernidade (1922-1935) no Rio de Janeiro vieram para tentar mudar e
lutar contra um controle do estado e da igreja. Mas como fazer isso se dependia
deles pra se manter. Esse problemas e esta realidade é enfrentada até os dias
atuais. A falta de valorização da educação e dos profissionais que nela atuam
se faz constante no nosso dia-a-dia.
Surge
então o "professor herói" tema este que venho me preocupando e questionando
muito atualmente, pois me parece que esta visão que criou e que soa sobre o
professor atual (e desde aquela época). Uma pessoa que muitas vezes sozinha ou
em movimentos com seus colegas de classe tenta mudar, ajudar, melhorar uma
realidade precária e desrespeitosa com todos. Isso já era visto nos anos 20 e
30 no Brasil e infelizmente esta situação se mantém até hoje. Eu não sou
heroína! Sou uma profissional! Que tenho direitos e obrigações e que preciso de
condições físicas, de materiais, de apoio pedagógico para exercer meu trabalho
com qualidade. Porém enquanto isto não fazer parte da vontade nos nossos
governantes as mudanças serão mínimas e localizadas, as lutas continuarão
constantes, e a educação se manterá a mercê de uma sociedade desigual.
O
que fazer para mudar uma realidade que vem desde a fundação da escola?
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