Neste semestre
estudamos as definições de infância e o quanto a mídia influencia e vem
influenciando as crianças. Iniciamos com uma aula presencial e a pós fizemos
nossa postagem no fórum do nosso entendimento do conceito de infância. Entendo
que infância é uma
fase inicial da vida pela qual todos seres humanos passam. porém existem várias
infâncias, então não é porque uma criança não brincou, não estudou, que ela não
teve infância, ela teve sim, porém na sua infância teve que trabalhar e não
pode fazer as atividades que seriam adequadas para sua idade. Então as
infâncias são diversas, variando por regiões, classe social, religião, raça a
qual as crianças pertencem.
Após este trabalho começamos
a ver as infâncias nas mídias com auxílio dos texto de Mariangela Momo e
Contardo Calligaris examinei um desenho animado feito para crianças que
atualmente é bem explorado pela infância chamado de Peppa Pig e pude perceber
que as infâncias estão cada vez mais sendo retratadas nas mídias e também se
utilizando dela das mais diversas maneiras. Tanto professores como os mais vem
se utilizando de diversos desenhos que surgem em dvds ou programas de televisão
para entreter e educar suas crianças. Um destes desenhos é a Peppa Pig que
apresenta história de uma porquinha com sua família e seus amigos nas mais
diversas situações. Analisei alguns episódios destes desenhos e percebi o
quanto ele ensina coisas erradas tais como: cuspir, chamar as pessoas de bobos,
arrotar, soltar gases, querer fazer as coisas sempre a seu tempo e não aceitar
o "não" como resposta. E como sou professora de uma turma de Maternal
1 com crianças de 2 a 3 anos percebo muito destes exemplos replicados pelas
crianças e sempre relembrando a Peppa.
Acredito que seja que o problema não esteja em assistir ou não o
desenho, mais o que fazemos a partir dele, o desenho não pode simplesmente ser
visto sem ser debatido com as crianças (como geralmente é feito), as questões
certas e erradas que são apresentadas no desenho devem ser conversadas com
crianças fazendo com que elas reflitam sobre elas.
Porém atualmente vemos cada
vez mais as crianças serem deixadas na frente da televisão sendo educadas por
estes desenhos o que vem gerando grandes conflitos nas relações sociais dos
nossos pequenos. Precisamos prestar mais atenção nos desenhos das nossas
infâncias.
Após este relato das
infâncias nas mídias aprofundamos este tema com texto de Jane Felipe e Bianca
Guizzo onde tratamos da erotização dos corpos infantis na mídia. E partimos
para analisar um material de mídia que retratasse esta situação, eu escolhi a propaganda da Marca Lilica Ripilica do ano de 2008 que
tem como slogam a frase: "Use e se lambuze.". Onde na imagem aparece
uma menina pequena (com idade aproximada de 4 a 6 anos em uma pose sensual
(sendo algo induzido para tal) em cima de um divã comendo um doce e com a boca
toda lambuzada. Como mostro abaixo:
Propaganda
da marca Lilica Ripilica produzida em 2008
Como vemos a
esta propaganda mostra uma criança de forma sensual, pois sendo mostrada em uma
pose provocante ao lado de uma fase também provocante. E ainda tem o detalhe do
rosto lambuzado fazendo alusões a imagens de cenas sexuais adultas. Porém o que
observamos perante a propagandas como estas é que poucas pessoas se atentam
para gravidade de tal imagem, professores e especialistas no tema geralmente
são os que mais tem um olhar critico sobre estes editoriais. Porém os pais que
deveriam e necessitavam de tal atenção muitas vezes não se dão conta da
gravidade que estas imagens transmitem aos seus filhos.
As crianças
expostas a estas cenas são incentivadas cada vez mais cedo a uma erotização e
sensualização do corpo infantil, querendo vestir e comportar-se como adultos
nestas esferas. E elas porém terem um senso critico aguçado acabam sendo alvos
fáceis deste tipo material sendo induzidas tanto a erotização quanto ao consumo
desde a mais tenra idade.
Cabe a nós
professores o papel de alertar tanto as crianças quanto aos pais desta mídia
que cada vez mais invade o mercado infantil de forma abusiva.
Dando continuidade
as definições das infâncias na mídia conhecemos através do texto de Camila
Bettim Borges e Susana Rangel Vieira da Cunha a "infância soft" que
trata de como trata de como os bebês são apresentados na mídia, as crianças
escolhidas para fazerem parte das propagandas de grandes marcas são crianças
brancas, com peso ideal, que moram em casas luxuosas e que te acesso aos mais
variados tipos de materiais feitos exclusivamente para esta idade. Porém esta
infância é representada como única e universal, deixando escondida a realidade
sofrida e de carência de grande parte da sociedade. A partir dela geram-se
padrões de ideias o agrava cada vez mais a segregação social e de raça.
Exemplo:
E encerrando as visões de infância nas mídias analisamos as
questões étnico-raciais nos livros feitos para trabalhar esta temática. E a
partir do texto de Edgar Kirchof e Rosa Hessel Silveira aprendemos três
tendências na literatura infantil que tratam das questões étnicos-raciais.
Seguem abaixo:
1º) Como lidar com o preconceito – primeira tendência
Nesta tendência os livros tratam dos negros sendo vitimas de
preconceitos ou não satisfeitos com sua pele, seu cabelo, seu corpo. E partir
desta insatisfação buscam a mudanças através da história de seus ancestrais,
através da ciência e na explicação que seriamos todos naturalmente diferentes.
2º) Outras tramas com personagens negros – segunda tendência
Na segunda tendência seriam tramas com personagens negros, mas que
o "problema" não estaria necessariamente na cor/raça mais sim em
outros pontos, por exemplo, uma criança que fala de mais. Mas assim como nos
primeiros livros seguem uma resolução pedagógica já focando em um conflito
especifico não dando abertura para expandir a discussão do livro.
3º) Uma diferença a mais? – terceira tendência
Aqui é possível acharmos livros que tratam da valorização das
diferenças, salientado que todos e todas as coisas são diferentes e que isto é
algo positivo que nos agrega e que tais diferenças devem ser valorizadas e não
excluídas.
E após fiz uma análise de um outro modelo de livro tentando
definir uma nova tendência e conclui que uma outra vertente seriam os contos
com princesas negras podendo citar "A princesa e o sapo" onde a
princesa é negra e vive uma aventura na qual ela perde uma bola dentro de um
lago e o sapo a recupera na condição dela lhe dar um beijo, porém a princesa
evita este beijo, até que sai descobre e
a faz pagar a promessa e o sapo transforma-se em belo príncipe e eles vivem
felizes para sempre. Partindo da ideia dos autores este texto seria uma obra
literária e pedagógica, pois traria personagens negros inseridos na trama, mas
não sendo eles vitimas de um "problema" de cor ou de outra natureza.
A personagem, que é uma princesa, (as meninas adoram) passa por uma grande
aventura sem focar diretamente na questão étinico-racial. Talvez poderíamos
trazer ele para a terceira tendência dizendo que existem pessoas, princesas,
principies das mais diversas cores e que temos que valorizar as diferenças.
Assim encerrando o semestre ficam grandes aprendizagens nesta
interdisciplina dentre elas a definição das infâncias e estas infâncias na
mídia através de conceitos que nos ajudam a compreender esta mudanças que vem
ocorrendo ao longo dos anos e nos dando suporte para lidar com nossos alunos e
repensar nossa prática.
Agradeço aos professores e tutores desta interdisciplina por este
semestre de aprendizagens significativas que tivemos juntos.